Em alguns países do mundo, principalmente nos países
americanos, com exceção do Brasil, e alguns europeus, nomes marxistas fora do
leninismo são constantemente citados, como Daniel De Leon (1852-1914), Erick
Hass (1905-1980) e James Conolly (1868-1916), que foram Socialistas da corrente
conhecida como De Leonismo, que tem muito a acrescentar ao Brasil, porém
primeiro é necessário apresentarmos um pouco sobre essa ideologia.
Daniel De Leon foi um sindicalista nascido em Curaçao, porém
passou grande parte da sua vida nos Estados Unidos, onde fundou o Socialist
Labour Party (SLP), ou, Partido Socialista e Trabalhista. Para prosseguirmos
com a apresentação, precisamos nos recordar que o SLP, é o partido socialista
mais antigo do mundo, tendo sido fundado em 1876, quando Lenin possuía apenas
seis anos e sequer imaginava a existência do Marxismo-Leninismo. Esse partido
comandado por De Leon, foi o primeiro a pensar algo que até então parecia
inviável aos Comunistas: a conciliação entre o nacionalismo e o socialismo. No
artigo “Nationalism. Aspirations That Gave It Birth and Forces That Give It
Strength”, De Leon diz que o Socialismo sem reconhecer a necessidade do povo, é
uma forma ideológica inútil. Além disso, James Conolly, influenciador dos
movimentos nacionalistas e republicanos na Irlanda dizia que "A causa operária é a causa da nação, e a
causa da nação é a causa operária"(…) "Não podem ser separadas. A
nação procura a liberdade. Os operários procuram que uma nação livre seja a
única dona do próprio destino, a proprietária suprema de todas as coisas
materiais sobre e abaixo do seu chão".
Além disso, De Leon influenciou também na revolução russa,
pois ele idealizava os Sovietes, que acabaram sendo pilares do socialismo
soviético. O Marxismo-De Leonismo propõe o fortalecimento de sindicatos e
conselhos populares, além disso, diferente do Anarco-Sindicalismo da época, De
Leon propunha a formação de um Partido Socialista, que participasse tanto das
eleições, quanto de um processo revolucionário caso necessário, porém ele
acreditava no termo “Revolução Pacífica”, apesar de achar que dificilmente o
capitalismo seria rompido por meios democráticos.
É muito comum associarem o De Leonismo ao modelo Titoista
implantado na Iugoslávia, já que o mesmo conseguia conciliar a justiça social
com princípios democráticos, e essa associação do Marxismo-De Leonismo com o
Socialismo Auto gestionário de Tito não é em vão: ambos pregavam um modelo semelhante
de socialismo, porém os dois reconheciam que o princípio fundamental é o de que
o socialismo deve ser atingido de acordo com as condições políticas, culturais,
históricas e geográficas particulares de cada país, e não imposto por
orientações externas.
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